domingo, 14 de dezembro de 2014

Video: Filme Deus Não Está Morto (postagem reeditada)


Deus Não Está Morto


O Filme Deus Não Está Morto, conta que quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) entra na universidade, ele conhece um arrogante professor de filosofia que não acredita em Deus. O aluno reafirma sua fé, e é desafiado pelo professor a comprovar a existência de Deus. Começa uma batalha entre os dois homens, que estão dispostos a tudo para justificar o seu ponto de vista – até se afastar das pessoas mais importantes para eles.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Texto: Sobre o filme ‘TOLKIEN & LEWIS’


Em produção o Filme ‘TOLKIEN & LEWIS’!



Um projeto muito interessante começou há poucos meses e já está atraindo a atenção dos fãs de Tolkien.  O plano é produzir um filme que narra a história de dois dos maiores escritores do século XX:  J.R.R.Tolkien e Lewis. Com produção de Wernher Pramschufer , pela empresa Attractive Films, o filme parece ser promissor, especialmente porque já conta com uma equipe bem preparada. Estão trabalhando na produção executiva o renomado Mark Cooper (Chocolate, Shakespeare Apaixonado, As loucuras do Rei George,   A Outra, Sete dia com Marilyn), Michael O’ Sullivan (ex VP Paramount Pictures), trabalha na industria de filmes por mais de 40 anos e tem uma vasta experiência em filmes internacionais, TV, video/DVD e cinema. E ainda na produção executiva  Joan Lane, que trabalhou no filme O Discurso do Rei. O roteiro ficou sob os cuidados de Jacqueline Cook, uma escritora australiana e Paul Bryan um roteirista da Inglaterra.  A diferença de fuso horário parece não ter sido um grande problema para a comunicação entre eles. Escrever o roteiro desse filme se torna uma tarefa muito complicada e exige muitas pesquisas, pois tanto Lewis quanto Tolkien tiveram vidas cheias de acontecimentos intrigantes.
Então até o momento a equipe está sendo formada e temos os seguintes nomes:   
Screenplay……………………………….  Jacqueline Cook  & Paul Bryan
Producer ………………………………….Wernher Pramschufer (Attractive Films)
Executive Producers ………………… Michael O’Sullivan, Leo Cooper & Joan Lane 
Co-Producer ……………………………. Mark Cooper 
Composer ……………………………….. Wernher Pramschufer 
Music Arranger ………………………… John Cameron 
Music Supervisor ……………………… Graham Walker   
O elenco ainda está sendo  criteriosamente analisado, pois além dos aspectos físicos (semelhança com os escritores), estão buscando talentos que possam expressar os sentimentos desses dois grandes escritores de forma mais intensa. O C.S. Lewis já teve alguns filmes dedicados a sua vida completa ou parte dela. Um dos filmes mais conhecidos é o Shadowlands (Terra das Sombras), em que Lewis é interpretado peplo famoso ator Anthony Hopkin. Dificilmente será escolhido para  o filme Tolkien e Lewis um ator do porte de Hopkin, mas espera-se que novos talentos sejam revelados. Como Tolkien nunca foi representado em um filme (de uma forma decente e como protagonista) essa é uma oportunidade para um artista mostrar seu talento e nos apresentar um pouco do que poderia ter sido Tolkien.  A responsabilidade se torna ainda maior, especialmente se o roteiro pretender distorcer ou mesmo passar uma imagem equivocada de quem foi o professor Tolkien. Não há filmes biográficos sobre o Tolkien até o momento em razão de uma política conservadora e protecionista por parte da Tolkien Estate (herdeiros do Tolkien), que busca sempre preservar a imagem do professor Tolkien, evitando abusos ou distorções. Até o momento não se sabe qual a posição da TOLKIEN ESTATE a respeito da produção desse filme, mas acredita-se que não haverá problemas judiciais como ocorreu no filme “Mirkwood”. A representação de Tolkien por atores até o momento foi feita basicamente em filmes ou documentários para televisão (geralmente que o relacionam ao Lewis também). A última aparição foi em  ”Tolkien’s The Lord of the Rings: A Catholic Worldview” em 2011, em que é interpretado por Kevin O’Brien. O filme TOLKIEN & LEWIS parece ser ousado nesse sentido por tentar aprofundar-se na representação da vida de dois grandiosos escritores e pretende preencher essa lacuna de filmes com interpretações de Tolkien e Lewis. Foi divulgado um pôster para o filme. 
(...)

Juntamente com a imagem, a equipe apresentou um resumo do filme que você confere a versão traduzida para o português e em seguida da versão original em inglês:

Tolkien & Lewis é um drana biográfico que se passa durante a guerra na Grã-Bretanha , em 1941, revelando como J.R.R. Tolkien e C.S Lewis tornaram-se os autores de fantasia mais importantes do mundo . Ambos são superstars literários , conhecidos em todo o mundo como os criadores da Terra-média e Nárnia . Mas poucos sabem da importante e complexa amizade entre estes dois brilhantes, mas disfuncional estudiosos de Oxford.A amizade sem a qual nunca poderiam ter escrito seus amados clássicos, O Senhor dos Anéis ou O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.Enquanto cada um ajuda o outro:  Tolkien a enfrentar seus pesadelos psicóticos e  Lewis redescobrir sua criança interior – sua amizade parece mais profunda do que nunca. Mas mesmo as sociedades mais fortes são testadas. Quando Lewis revela seus contos de Nárnia e se projetou nos holofotes com discursos religiosos na rádio BBC, Tolkien desperta suas inseguranças.  Ciúme , neurose, e as questões de fé agora ameaçam sua amizade.
Algumas amizades duram para sempre. Outras duram até que não sejam mais necessárias…
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Tolkien & Lewis is a biopic drama set in war torn Britain in 1941 revealing how J.R. Tolkien and C.S. Lewis became the world’s foremost fantasy authors. Both are literary superstars, known the world over as the creators of Middle-Earth and Narnia. But few know of the important and complex friendship between these two brilliant but dysfunctional Oxford scholars. A friendship without which they might never have written their beloved classics, The Lord of the Rings or The Lion, The Witch and the Wardrobe. As each helps the other: for Tolkien to face his psychotic nightmares and for Lewis to rediscover his inner child – their friendship seems deeper than ever. But even the strongest fellowships are tested. When Lewis reveals his tales of Narnia and catapulted into the spotlight with faith-inspired speeches on BBC Radio, Tolkien’s insecurities are awakened. Jealousy, neurosis, and matters of faith now menace their friendship.
Some friendships last forever. Others last until they are no longer needed…



Provavelmente quem não conhece um pouco da vida do professor Tolkien deve ter lido com uma certa admiração a frase “Tolkien a enfrentar seus pesadelos psicóticos”. Há aí um destaque para algo que ocorria na vida do professor. Ele tinha certos pesadelos com o mar, possivelmente uma lembrança da viagem que realizou quando criança da Inglaterra para a África do Sul, mas isso não seria algo que o atrapalhasse profundamente a ponto de precisar de uma amizade como a de Lewis, como suporte psicológico.
O tema da amizade de Tolkien e Lewis foi explorado em alguns livros, com destaque especial para a obra “O Dom da Amizade Tolkien e Lewis”, publicado no Brasil pela editora Nova Fronteira (uma obra biográfica indispensável) de autoria de Colin Duriez.
A amizade de Tolkien com o Lewis foi intensa, mas sofreu um certo desgaste nos últimos anos e até o momento não se sabe ao certo o que levou Tolkien a se afastar de Lewis. Talvez o fato de que Tolkien queria que seu amigo deixasse o ateísmo e se convertesse ao catolicismo (Lewis se tornou cristão, mas protestante), ou pelo fato de Lewis ter uma forte amizade com o Charles Williams (que se envolvia com assuntos do ocultismo que não agradavam Tolkien). Alguns dizem que o fato de Tolkien ter deixado de lado sua amizade por um tempo foi o fato de Lewis ter publicado livros que contrariavam suas teorias sobre como os livros de fantasia deveriam ser escritos (Tolkien não gostou de Crônicas de Nárnia). Há também o descontentamento do Tolkien em relação a algumas coisas que foram copiadas (não necessariamente um plágio) por Lewis e escritas em suas histórias. Alguns dizem que sua amizade ficou mais distante apenas pelo fato do sucesso do Senhor dos Anéis e a exigência de tempo que isso implicaria na vida de Tolkien.
Enfim, fato é que pelo menos durante vários anos esses dois escritores foram grandes amigos e trouxeram obras maravilhosas e que encantam o mundo todo. E o mais fascinante é saber que ambos eram amigos.
Espera-se que o filme tenha lançamento para o final de 2014. Aguardemos…
http://tolkienbrasil.com/noticias/sobre-filmes/producao-filme-tolkien-lewis/#sthash.8yhIlg8q.dpuf





Video: Filme: Êxodo - Deuses e Reis


Filme: Êxodo - Deuses e Reis

Lançamento 25 de dezembro de 2014 
Dirigido por Ridley Scott
Com Christian Bale, Joel Edgerton, Aaron Paul mais
Gênero Épico , Ação
Nacionalidade EUA , Reino Unido , Espanha

Exodus é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.



Video: Filme Terra das Sombras (Shadowlands)


Terra das Sombras (Shadowlands) 


C.S. Lewis, um renomado teólogo cristão, escritor e professor, leva uma vida sem paixão até conhecer uma alegre poetisa dos EUA - (1993) - 

Direção: Richard Attenborough


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O filme Terra das Sombras retrata bem a vida de Lewis ou é mais uma invenção hollywoodiana?

  

De acordo com Douglas Gresham, um dos filhos de Joy que eu conheci pela internet, e encontrei pessoalmente em Oxford, há várias inconsistências com relação a alguns fatos, como a omissão do seu irmão, David no filme. Imagino que isso se deveu a uma questão de economia e conveniência dos produtores do filme.
Talvez também quisessem preservar a identidade desse filho, que preferiu ficar longe das câmaras de seu famoso padrasto e, ao que sabemos, também do cristianismo. Outro fato omisso foi de que quando conheceu Joy pessoalmente, Lewis já tinha ido lecionar em Cambridge, onde o esquema de aulas era um pouco diferente de Oxford, retratado no filme.
Mas de uma maneira geral, de acordo com Douglas, o diretor conseguiu recriar bem o relacionamento dos dois e o clima que imperava no lar dos Lewis.
Anthony Hopkins disse certa vez que se trata de uma “iluminação baseada em fatos”. Em entrevista ele também afirma que o papel de Lewis foi um dos mais emocionantes que já havia feito até então. Fonte: [http://www.cslewis.com.br/2010/02/o-filme-terra-das-sombras-retrata-bem-a-vida-de-lewis-ou-e-mais-uma-invencao-hollywoodiana/]

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C.S. Lewis

Clive Staples Lewis, mais conhecido como C.S. Lewis, foi um professor universitário, teólogo anglicano, poeta e escritor britânico. Nascido na cidade de Belfast, Irlanda (atual Irlanda do Norte), em 29 de novembro de 1898, Clive Staples Lewis cresceu no meio dos livros da seleta biblioteca particular de sua família, criando nesta atmosfera cultural um mundo todo próprio, dominado por sua fértil imaginação e criatividade. Filho caçula de Albert James e Florence Augusta Lewis, Clive era descrito durante a infância como uma “criança sonhadora”. Quando Clive tinha três anos decidiu adotar o nome de “Jack”, nome pelo qual ficaria conhecido na família e no círculo de amigos próximos durante toda a vida.
Quando eram adolescentes, Lewis e seu irmão Warren Lewis (1895-1973), três anos mais velho que ele, passavam quase todo o seu tempo dentro de casa dedicando-se à leitura de livros clássicos, e distantes da realidade materialista e tecnológica do século XX. Aos 10 anos, em 1908, a morte prematura de sua mãe fez com que ele ainda mais se isolasse da vida comum dos garotos de sua idade, buscando refúgio no campo de suas histórias e fantasias infantis.
Na sua adolescência encontrou a obra do compositor Richard Wagner e começou a se interessar pela mitologia nórdica e grega, e por línguas, como o latim e o hebraico.
Lewis voltou à fé cristã — após passar por anos, auto considerando-se um ateu convicto — no início da década de 1930. Dedicou-se a defendê-la e permaneceu na Igreja Anglicana (o conhecido teólogo evangélico J. I. Packer foi clérigo na igreja onde C. S. Lewis frequentava). Tornou-se popular durante a II Guerra Mundial, por suas palestras transmitidas pela rádio e por seus escritos, sendo chamado de “apóstolo dos céticos”, especialmente nos Estados Unidos.
Lewis notabilizou-se por uma inteligência privilegiada, e por um estilo espirituoso e imaginativo. “O Regresso do Peregrino”, publicado em 1933, “O Problema do Sofrimento” (1940), “Milagres” (1947), e “Cartas de um diabo ao seu aprendiz” (1942), são provavelmente suas obras mais conhecidas. Escreveu também uma trilogia de ficção científico-religiosa, conhecida como a “Trilogia Espacial”: “Além do Planeta Silencioso” (1938), “Perelandra” (1943), e “Aquela Força Medonha” (1945). Para crianças, ele escreveu uma série de fábulas, começando com “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” em 1950. Sua autobiografia, “Surpreendido pela Alegria”, foi publicada em 1955.
No início de junho de 1961, Lewis começou a ter problemas de saúde e foi diagnosticado com inflamação nos rins que resultaram em envenenamento do sangue. A doença fez com que ele perdesse o prazo de outono na Universidade de Cambridge, apesar de seu estado de saúde começar a melhorar gradualmente em 1962 e que voltou em abril. A saúde de Lewis continuou melhorando. Em 15 de julho 1963, adoeceu e foi internado no hospital. No dia seguinte, às 17:00, Lewis sofreu um ataque cardíaco e entrou em coma, inesperadamente acordou no dia seguinte às 02:00. Depois que ele recebeu alta do hospital, Lewis voltou aos Fornos, embora ele estava doente demais para voltar ao trabalho. Como resultado, ele renunciou ao cargo em Cambridge, em agosto. A condição de Lewis continuou a diminuir, e em meados de novembro, ele foi diagnosticado com estágio final da insuficiência renal. Em 22 de novembro de 1963, exatamente uma semana antes de seu 65º aniversário, Lewis entrou em colapso em seu quarto às 17:30 e morreu poucos minutos depois. Ele foi enterrado no cemitério da Igreja da Santíssima Trindade, Headington, Oxford. Seu irmão Warren Hamilton “Warnie” Lewis, que morreu no dia 9 de abril de 1973, foi mais tarde enterrado no mesmo túmulo.
C. S. Lewis morreu em 22 de novembro de 1963, no mesmo dia em que Aldous Huxley morreu, e o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, foi assassinado. A coincidência serviu como pano de fundo para o livro O Diálogo – Um debate além da morte entre John F. Kennedy, C. S. Lewis e Aldous Huxley, de Peter Kreeft, onde os três personagens, representando o teísmo ocidental (Lewis), o humanismo ocidental (Kennedy) e o panteísmo oriental (Huxley), discutem sobre religião e cristianismo.
Encontra-se sepultado no Holy Trinity Churchyard, em Headington, Oxfordshire, Inglaterra.











quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Baner: Poema - Escreve em mim - Myrtes Matias





Texto: (Livro) HERÓIS DA VIDA CRISTÃ - Madame Guyon



HERÓIS DA VIDA CRISTÃ - 
MADAME GUYON - 


O texto abaixo foi extraído do livro Heróis da Vida Cristã-a inspiradora trajetória de grandes nomes do cristianismo de Wesley Duewel, com tradução de James Monteiro dos Reis - Editora Vida -2004. 
Esta obra apresenta a trajetória de 14 homens e mulheres cuja vida foi totalmente consagrada a Deus e ao serviço dEle. Eles buscaram uma caminhada mais intensa com Deus, almejaram uma vida espiritual mais profunda e obtiveram notável progresso na vida espiritual e na intimidade com Cristo. 
Como Enoque, eles efetivamente andaram com Deus. Por meio de uma vida comprometida com Cristo, a doutrina cristã ganha vigor e graça. O amor e o poder que esses heróis evidenciaram também estão ao nosso alcance. A vida dessas pessoas lembra-nos que podemos tornar nossa existência sublime, exalando ao mundo o melhor aroma que a humanidade pode conhecer: o bom perfume de Cristo.


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http://minhateca.com.br/sergioelds/Documentos/Igreja/Biblioteca+Crist*c3*a3+Ibetel/diversos/arquivos_pdf/Her*c3*b3is+da+Vida+Crist*c3*a3+-+Wesley+Duewel,10269884.pdf#_=_

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HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-PRIMEIRA PARTE:EVANGELISTA SANTIFICADA E CHEIA DO ESPÍRITO(I)

         Talvez nenhum escritor do século XVII tenha sentido amor tão fervoroso por Jesus, tenha tido um coração tão crucificado com ele e uma vitória tão estupenda sobre o egocentrismo por meio da santificação pela fé como a mística francesa conhecida como Madame Guyon.
    Ela nasceu em 13 de abril de 1648, como Jeanne Marie Bouvieres de La Mothe. Seus pais eram aristocratas franceses, além de católicos romanos extremamente devotos e muito respeitados. Jeanne viveu e morreu católica romana, sem ter sido afetada pela Reforma, que começara na Alemanha um século antes. Deus levou-a em sua peregrinação espiritual à experiência da salvação pela fé e posteriormente à santificação pela fé. Ela passou muitos anos encarcerada devido as suas crenças, mas continuou fiel ao Cristo que amava tão apaixonadamente.
    Madame Guyon amadureceu na graça pela fidelidade, em meio a grandes sofrimentos, às perseguições e por fim ao cativeiro. Sua vida de santidade influenciou grandemente muitas pessoas na Europa, e seus escritos inspirados afetaram profundamente o arcebispo católico romano Fénelon, os quacres e John Wesley.
   Logo após seu nascimento, Jeanne quase morreu de uma grave doença. A partir desse momento, várias vezes  ao longo de sua vida Satanás parecia tentar destruí-la  fisicamente por meio de doenças, acidentes e ameaças. Seus pais colocaram-na em um convento das ursulinas quando contava apenas  dois anos e meio de idade, e a maior parte de sua vida, até seu casamento,  foi passada em diversas instituições católicas. Quando estava em casa, sua mãe passava  pouquíssimo tempo com ela, deixando-a a cargo dos criados. Uma meio-irmã, que tinha mais idade e era freira,  dedicou-lhe amor especial e ensinou-lhe sobre Deus.
    Com quatro anos de idade, Jeanne desejava ser mártir cristã, e as freiras, se divertiam, dizendo que iriam sacrificá-la para Jesus. Elas chegaram a segurar uma espada sobre sua cabeça, enquanto Jeanne se ajoelhava sobre um pano. Ela implorava para ir para casa, mas logo ficava novamente doente. Quando já estava com quase sete anos, foi colocada em outro convento. Jeanne orava em uma pequena capela dedicada ao menino Jesus, e às vezes  jejuava durante  o café da manhã e colocava sua comida atrás da imagem de Jesus, a fim de agradá-lo.
   Aos nove anos, Jeanne quase morreu de hemorragia. Foi removida para outro  convento, onde ficava completamente abandonada, vindo a emagrecer bastante. Passava quase todo o tempo lendo a Bíblia que havia achado, e começou a decorar grande parte dela.
     Quando estava com onze anos de idade, Jeanne era alta e bela para sua idade. Sua mãe a vestia esplendorosamente, e vários pretendentes pediram-na em casmento, apesar da tenra idade. Seu pai recusava. Um primo, a caminho do campo missionário na China, visitou sua casa, e ela ficou extremamente impressionada. Quando podia, ela passava o dia inteiro lendo e orando. Escreveu o nome de Jesus em um pedaço de papel, e com fitas e um alfinete prendeu-o no peito, conservando-o por longo tempo.


HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-PRIMEIRA PARTE:EVANGELISTA SANTIFICADA E CHEIA DO ESPÍRITO-UM CASAMENTO TRÁGICO(II) 
       No início da adolescência, Jeanne passou por altos e baixos espirituais. Sua família mudou-se para Paris quando ela tinha 15 anos de idade, imergindo na moda, na cultura e na alegria da cidade.
    Jeanne era alta, bela, polida e muito sociável. Sua mente brilhante atraía as pessoas. Muitos homens procuraram casar-se com ela, e, quando ela estava com dezesseis anos de idade, seu pai forçou-a a casar-se com um homem de 38 anos, rico e da alta sociedade, chamado Jacques Guyon.   Jeanne não teve escolha, nem mesmo o conheceu, senão alguns dias antes do casamento.
    Jeanne foi morar com a sogra, que governava a casa, incluindo o marido de Jeanne, como uma tirana. Jeanne vivia reprimida de manhã à noite, pressionada a ficar quieta e vigiada pela sogra. Sua nova família desprezava seus modos refinados. Raramente lhe era  permitido visitar os pais, e, quando voltava, era criticada pela invejosa sogra, que tentava irritá-la de todas as formas possíveis.
     Jacques e Jeanne tiveram  cinco filhos.
     Logo após o casamento, porém, caiu doente. Jeanne foi impedida de cuidar dele, e uma enfermeira foi contratada. Ela ficava do lado da sogra e contra Jeanne. Jacques nunca se restabeleceu completamente e morreu doze anos depois.
    Em meio a esse casamento infeliz, um piedoso franciscano veio à região de Jeanne"buscar almas". Ela contava então vinte anos de idade.
     Numa conversa, ela lhe contou sobre suas lutas e os anseios de seu coração.
  Deus usou as palavras do religioso para levá-la à experiência do novo nascimento pela fé em Cristo, em 22 de julho de 1668.
     A situação de Jeanne não se alterou, mas a paz de Deus inundava seu coração. Ao ver sua vida transformada, os amigos da sociedade a ridicularizavam e perseguiam. A sogra tornou-se mais cruel que nunca e até obteve relativo sucesso em voltar Jacques contra  Jeanne. Ela sofria em silêncio. Ainda lutava contra a altivez no coração e contra o gosto em atrair a atenção dos outros. Em alguns eventos socais para os quais ela  e o marido  eram convidados, ela participava demasiadamente do espírito mundano dos convivas e mais tarde chorava diante de Deus. Por três meses ela não sentia a presença de Deus.    
    Jeanne   pediu a Deus que lhe tirasse o orgulho, a qualquer preço. Deus respondeu, deixando-a  contrair varíola. A sogra  deixou-a sem assistência até que estivesse à beira da morte. Por fim, ela se recuperou, mas sua elogiada beleza  fora destruída pelas cicatrizes da doença.  Ela alegrou-se com isso, imaginando que agora dominaria o orgulho. A partir de então, Deus começou a ajudá-la a escrever poesias reliogiosas.
        O filho favorito de Jeanne  contraiu a doença e morreu. A morte do filho foi sucedida pelo falecimento do pai,e alguns dias depois, de uma filha. O aniversário do novo nascimento de Jeanne se aproximava.  Uma amiga  muito querida , freira devota, escreveu-lhe sugerindo que observasse seu aniversário espiritual de forma especialmente consagrada, com oração, caridade e uma aliança matrimonial com Jesus. A freira preparou um documento para a ocasião.
       Embora esse contrato  de consagração possa parecer estranho para nós, Deus utilizou-se desse recurso inusitado para levá-la a uma experiência de santificação pela fé. Temos abaixo uma cópia da aliança amatrimonial que ela copiou, assinou e selou com seu anel:
                                                                                                          22 de julho de 1674     
    Eu, a partir deste momento, tomo Jesus para mim. Prometo recebê-lo como marido. E me entrego a ele, embora seja indigna de ser sua esposa. Peço-lhe, neste casamento de espírito com espírito, que eu tenha uma mente como a dele-mansa, pura, altruísta e de acordo com a vontade de Deus. Comprometo-me, ao tornar-me sua, a aceitar, como minha porção neste casamento, as tentações e tristezas, as cruzes e tribulações que ele suportou.
                                                                       Jeanne M.B.de La Mothe Guyon 
                                                                                                                                                                     
                       Por essa época, um grupo de homens havia tramado um plano diabólico para extorquir grande soma de dinheiro de Jacques Guyon. No grupo, estava o irmão mais velho do rei da França e meio-irmão de Jeanne, padre La Mothe. Seu marido temia de tal forma  o membro da família real, que se recusou  a lutar, Jeanne, entretanto, após longo período de oração, compareceu perante o juiz no dia do julgamento e explicou tudo de forma tão clara que o juiz solucionou o caso e isentou o Sr.Guyon.
          Isso agradou imensamente o marido, pois lhe poupou enorme soma de dinheiro. Eles viveram felizes durante os últimos meses de vida do marido. Ela ficou ao lado dia e noite, em seus últimos 24 dias. Jeanne  enviuvou aos 28 anos de idade, com três filhos. Tentou reconciliar-se com a sogra, mas não obteve sucesso. Então mudou-se com os filhos para uma pequena casa, e jamais tornou a ter notícias da sogra. 




HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-PRIMEIRA PARTE:EVANGELISTA SANTIFICADA E CHEIA DO ESPÍRITO-UMA EXPERIÊNCIA MAIS PROFUNDA(III)
     Certo dia, dois anos após a sua conversão, enquanto Jeanne e seu criado atravessavam uma ponte próxima a Catedral de Notre Dame, em Paris, um monge pobre subitamente juntou-se a eles e começou a falar de coisas espirituais. Ele parecia conhecer a história, as virtudes e os defeitos dela. Jeanne disse: "Ele fez-me entender que Deus não requer apenas um coração que possa ser    perdoado, mas um coração que possa, em certo sentido, ser corretamente denominado santo; que isso não era o suficiente  para escapar  do inferno,  mas que Deus  também exigia  a sujeição  das iniquidades de nossa natureza e a mais absoluta pureza e engrandecimento da conquista cristã."
   Jeanne declarou:" O Espírito de Deus dá testemunho do que ele disse. as palavras desse extraordinário homem, que eu jamais vira antes e a quem nunca tornei a ver, penetraram em minha alma." Ela resolveu: "A partir deste dia e desta hora, se possível  for, pertencerei inteiramente ao Senhor. O mundo não terá mais nenhuma parte de mim." Foi nessa época que ela pareceu ter tido a experiência da santificação pela fé.  

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-PRIMEIRA PARTE:EVANGELISTA SANTIFICADA E CHEIA DO ESPÍRITO-TREVAS E PROVAÇÕES(IV)

    Cerca de dois anos antes da morte de Jacques, Jeanne adentrou um período de seis anos de tristezas, vazio, trevas e provações.Ela perdeu a percepção da presença de Deus, e enquanto passava pela "escura noite da alma", teve de apoiar-se apenas na fé. Nenhum conselheiro religioso parecia capaz de compreendê-la ou ajudá-la.
         Depois de quase sete anos, Jeanne sentiu-se impelida a escrever sobre seu caso ao padre La Combe, amigo de seu irmão que lhe fora apresentado alguns anos antes. Ele lhe explicou a  diferença entre tristeza e pecado. Deus estava retirando todo o suporte terrenal, mas não a havia abandonado. Ela ainda não se sentia satisfeita. Em julho de 1680, escreveu ao padre La Combe, pedindo-lhe que fizesse de 22 de julho, aniversário de seu novo nascimento, um dia separado para orar por ela. Ele orou e jejuou naquele dia, como ela havia pedido. Deus respondeu à  oração e retirou as trevas, e ela pôde então viver como em Gálatas 2.20: "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim."
        Certo dia, em uma igreja, Jeanne foi abordada por um padre que lhe disse:
      -Faça o que lhe deu a conhecer.
    -O que mais Deus poderia querer de mim, além de tomar corretamente conta de meus filhos?-ela perguntou.
     Ele respondeu que não conhecia o caso dela, mas que ela deveria estar disposta a deixar os filhos, se fosse necessário, para fazer a vontade de Deus.
     Durante o resto da vida de Jeanne, seu meio-irmão, padre La Mothe, tentou dominá-la e obter sua fortuna par uso próprio. Ele espalhava boatos sobre ela de tempos em tempos, acusava-a de heresia diante das autoridades católicas e fazia de tudo para colocá-la sob seu poder. Jeanne evitou-o, escapando com a filha de seis anos de idade, uma piedosa mulher e dois criados. Ela deixou os outros filhos sob os cuidados de uma pessoa que os educaria. Jeanne partiu de Paris em julho de 1681 e deu início ao último período de sua vida, que até sua morte foi errante  e marcada por prisões, perseguições e exílio.

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-PRIMEIRA PARTE:EVANGELISTA SANTIFICADA E CHEIA DO ESPÍRITO- DEUS ABRE UM MINISTÉRIO MAIS AMPLO(V)

         A primeira parada de Jeanne foi em um convento em Gex, cidade francesa próxima à fronteira da Suíça. Ela não estava certa sobre o que Deus queria que ela fizesse, mais pensou que talvez fosse a produção e aplicação de pomadas nos enfermos e necessitados. O único desejo que havia em seu coração era fazer a vontade de Deus. Estava tão absorta na paz e na alegria de sua experiência cristã que nem mesmo pensava em como deveria chamá-la. Aos poucos, Deus mostrou-lhe que era a santificação pela fé.
            Deus começou a levar pessoas espiritualmente famintas até Jeanne, e ela logo viu-se dando aconselhamento do início da manhã até tarde da noite. O padre La Combe, que havia sido uma bênção tão grande em sua vida, foi visitá-la.   Deus mostrou a ela que ele não estava em santificação. Ela pôde, após certo período, levá-lo à certeza da maravilhosa experiência da santificação:pureza interior, purificação e poder, sem ira sem ressentimento. A partir de então, ele passou a ser seu amigo e defensor, mesmo quando todos se voltaram contra ela.
            La Combe pregou intrepidamente a "nova doutrina", apesar de as autoridades católicas não acreditarem na salvação pela fé,  muito menos na santificação pela fé. La Combe foi investigado pela Igreja e estigmatizado como herege. Não obstante, ele não temeu e continuou pregando. Por isso, os opositores de Jeanne a cercaram, até ela ter de  partir  com a filha e hospedar-se em outro convento. Ela ficava absorta na  Palavra de Deus durante vários dias. Jeanne já havia decorado grande parte dela.
       A respeito de sua nova experiência, Jeanne escreveu: "Fui, por assim dizer, reconduzida à vida perfeita, e completamente liberta[...]    Ele retornou a mim com pureza e glória indizíveis[...]    Obtive tal harmonia com a vontade de Deus que agora poderia dizer que não possuo apenas a consolação, mas o Deus da consolação; não apenas a paz mas o Deus da paz."
       Ela acrescentou: "Como um coração em santidade está sempre em harmonia com a providencia divina." E ainda : "Uma característica desse mais profundo nível de experiência com Deus é a sensação de pureza interior. Minha mente desfruta tamanha união com Deus e tamanha unidade com a natureza divina que nada parece poder arruiná-la ou diminuir sua pureza."
                Um escritor disse:
             Sua alma estava tomada pelas chamas da unção e do poder  do Espírito Santo. Em todos   os lugares, era assediada por multidões de almas sedentas e famintas, que afluíam para ela em busca do alimento espiritual que não conseguiam com seus patores habituais. Surgiam reavivamentos religiosos em quase todos os lugares que ela visitava, e por toda a França cristãos sinceros começavam a buscar essa  experiência mais profunda ensinada por ela. O padre La Combe começou a espalhar a doutrina com grande unção e poder. Então o arcebispo Fénelon foi levado a uma experiência mais profunda, por meio das orações de Madame Guyon, e também começou a espalhar esse ensinamento por toda a França."
       Madame Guyon levou muitas pessoas a abandonarem o materialismo e a iniquidade e a consagrar a vida inteiramente a deus. No entanto, líderes católicos e padres mundanos condenavam seus ensinos e se recusavam a andar na luz. Eles começaram a  perseguir Madame Guyon, o padre La Combe, o arcebispo Fénelon e todos os que ensinavam a "nova doutrina" de "puro amor", ou a "completa morte do egocentrismo."

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-SEGUNDA PARTE:ESCRITORA INSPIRADA(VI)

       Deus usou poderosamente a caneta de Madame Guyon. Somente seus comentários espirituais sobre a Bíblia preencheram vinte volumes. Seus poemas eram grande bênçãos para muitas pessoas, sendo freqüentemente citados. Correspondia-se com muitas pessoas aconselhando-as e conduzindo-as à vitória espiritual. Quando o fim da vida de Madame Guyon  já estava próximo, o padre La Combe insistiu em que ela escrevesse sua autobiografia.
           Madame Guyon escreveu um tratado chamado Método breve de oração, que uma autoridade católica viu sobre a escrivaninha dela, pediu para ler e então publicou. Foi amplamente   distribuído, uma vez que havia corações famintos por toda parte.  Um grupo de monges andarilhos comprou 1500 cópias para distribuir. Então, a Igreja Católica considerou-a herege, e ela teve de fugir para a Itália. Fisicamente debilitada, ela, sua filha e duas criadas que ela havia conduzido ao senhor foram carregadas em liteiras com as cortinas fechadas por traiçoeiros caminhos montanhosos.
     Madame Guyon refugiou-se por três meses na casa de uma mulher pertencente a nobreza, em Turim, Itália. Deus então a fez voltar pelo mesmo caminho perigoso até Grenoble, França. Ela não suportava permanecer escondida e logo, tal qual nos lugares em que já havia estado, estava orando e aconselhando uma enxurrada de almas famintas que vinha até sua porta. Utilizou parte de sua fortuna para fundar um pequeno hospital. Em pouco tempo, a oposição tornou-se tão perigosa que ela se viu obrigada a fugir para Marselha.
          O navio em que viajava Madame Guyon naufragou, mas ela escapou com vida. Depois de apenas oito dias, foi forçada a voltar à casa de uma amiga, a marquesa de Purnai, em Turim. Ela conseguiu chegar a Nice de liteira, mas os homens recusaram-se a continuar o transporte. Ela sentiu pelo mar, em uma tentativa de vencer parte do caminho até Turim, mas um terrível temporal transformou uma viagem de barco de um dia em uma terrível tempestade de sete dias. Ela então seguiu por terra, mas foi atacada por um bando de assaltantes.
    Quando o bispo de Verceil tomou conhecimento de que Madame Guyon havia chegado à cidade, recepcionou-a, pondo-a temporàriamente na casa de sua sobrinha, onde a marquesa veio visitá-la. Madame Guyon mais uma vez ficou seriamente doente. Foi obrigada a retornar a Paris, onde se reuniu com a filha de nove anos e sua governanta, que fora como uma filha espiritual em Grenoble. Ela finalmente chegou a Paris em 22 de julho de 1686, aniversário de seu nascimento espiritual.
     Em Paris, Madame Guyon alugou uma casa e reuniu os três filhos. Seus escritos agora já eram conhecidos por toda a França. Pessoas espiritualmente sedentas voltaram a procurá-la, sobretudo muitas damas da nobreza. O padre La Combe continuava a pregar a "a nova doutrina" da santificação pela fé. O meio-irmão de Madame Guyon fez-lhe oposição, e o padre La Combe foi preso e encerrado na Bastilha, dentre muitos outros lugares, passando aprisionado 27 anos, até sua morte.
    Menos de três meses após a prisão do padre La Combe, o meio-irmão de Madame Guyon condenou-a como herege, e ela ficou presa nove meses. Uma de suas amigas, sendo íntima da rainha, apelou a favor de Madame Guyon, e o rei determinou sua libertação. Ela passou a aconselhar as damas da nobreza em Paris, e era com freqüencia recebida pela rainha no palácio de Versalhes. Sua filha casou-secom um homem de família piedosa, e ela viveu dois anos com a filha.
    Em 1692, Madame Guyon alugou uma casa em Paris, passando a aconselhar os que buscavam auxílio espiritual. Ela novamente foi perseguida e interrogada por bispos e arcebispos, que tentavam provar que ela era herege. Nesse período de grande tensão, ficou seriamente doente durante quarenta dias.  

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-SEGUNDA PARTE:OS ANOS DO CATIVEIRO(VII)

        Madame Guyon ficou presa seis meses em Meaux, sendo então libertada. Em 27 de dezembro de 1695, foi novamentente presa, junto com sua fiel governanta. Elas foram levadas para Vincennes. Madame Guyon compunha hinos religiosos, e sua governanta os memorizava. Depois de um ano, foram levadas a uma prisão em Vangirard, onde permaneceram por dois anos. O tratamento dispensado a Madame Guyon  era cada vez mais rude. 1698, foi confinada em isolamento em uma masmorra da Bastilha, onde foi mantida por quatro anos. Seus inimigos a envenenaram na prisão, e ela sofreu os efeitos do veneno por muitos anos.
     Madame certa vez declarou: "Enquanto era prisioneira em Vincennes, encontrava-me em absoluta paz.   Entoava louvores de júbilo, que a governanta que me acompanhava havia decorado com a mesma rapidez com que eu os havia composto. Juntas, cantávamos louvores a ti, meu Deus!
      As   pedras de minha prisão pareciam rubis, eu as apreciava mais que o vistoso brilho do mundo vão. Meu coração era cheio da alegria que dás   àqueles que te amam, eu meio às maiores tribulações."
   A seguir, uma das músicas que ela compôs:   
                                                     Deus está aqui   
                                          Fostes são os muros ao meu redor,
                                          que me guardam por todo o dia;
                                         mas eles, que dessa forma me aprisionam.
                                         Não  podem manter Deus afastado;
                                   Até   os muros de minha masmorra são queridos
                                   porque o Deus que amo está aqui.
                                        Os que me  oprimem sabem
                                    que é difícil ficar só;
                                      mas  não sabem que Deus me pode abençoar,
                               vindo por entre as grades e pedras.
                              Ele faz as terras de minha masmorra resplandecerem,
                                                     enchendo meu coração de prazer.
   
           Em 1702, quando já contava 54 anos de idade, Madame Guyon foi libertada. Ela obteve permissão para visitar a filha, em Blois, que distava 160 quilômetros de Paris, pelo resto de sua vida. Ela faleceu ali, em 9 de junho de 1717, aos 70 anos de idade.



HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-ENSINADA PELO ESPÍRITO E INSPIRADA EM SEUS ESCRITOS(VIII)

         A comunhão entre Madame Guyon e Cristo era tão íntima e carinhosa e sua alegria e paz tão transbordantes que às vezes sua cela parecia um palacete. Muitos de seus livros e poemas-sessenta volumes ao todo- foram escritos enquanto estava na prisão. Alguns de seus poemas foram traduzidos para o inglês por William Cowper.
           Sobre sua produção literária, ela dizia:
       Fui inspirada a ler as Sagradas Escrituras de forma especial. Quando comecei, sentia-me impelida a ler uma passagem, e imediatamente recebia sua interpretação. Eu a escrevia, seguindo em frente com uma celeridade inconcebível. Antes de escrever, eu não sabia o que estava para colocar no papel. Após ter escrito, não me lembrava de nada do que havia composto nem conseguia utilizá-lo no auxílio de outras almas, mas Deus me concedia, no momento era que lhes falava, sem que, houvesse tempo para refletir, todo o necessário. Dessa maneira, o Senhor fez-me  prosseguir na explicação do sentido intrínseco e sagrado das Escrituras. Eu não possuía outros  livros além da Bíblia. Ao escrever sobre o Antigo  Testamento,  utiliza-me de passagens neotestamentárias   sem que fosse preciso procurá-las. Eu as recebia junto com a explicação. Também, ao escrever sobre o Novo Testamento, utilizando-me no processo de passagens veterotestamentárias, estas eram dadas da mesma forma. O tempo de que dispunha para escrever era  escasso e restringia-se ao período da noite, restando-me apenas uma ou duas horas de sono.   O Senhor fez-me escrever com tanta pureza que era obrigada a parar  ou recomeçar conforme ele determinava. Nesse aspecto, ele me pôs à prova de todas as maneiras...
       Eu continuava escrevendo com uma velocidade espantosa, pois a mão mal podia acompaanhar a rapidez com que o Espírito ditava. O copista não conseguia transcrever em cinco dias o que eu escrevia em uma noite. Tudo o que há de bom nisso vem somente  de Deus. Tudo  o que foge a essa virtude procede de mim mesma.
   Durante o dia, eu mal tinha tempo de comer, por causa do grande número de pessoas que se amontoavam ao  meu redor. Escrevi sobre Cantares em um dia e meio, além de receber várias visitas.
        Grande parte do comentário sobre o livro de Juízes foi perdida. Desejando fornecer o livro completo, reescrevi as partes perdidas. Mais tarde, elas foram encontradas.
Verificou-se então que s explicações que dera antes e depois estavam perfeitamente coerentes entre si, o que surpreendeu grandemente pessoas de grande conhecimento e mérito, que testaram a verdade disso.
      Um conselheiro do Parlamento, servo de Deus, ao encontrar sobre minha mesa um tratado sobre oração que escrevera havia muito, pediu-me que lhe emprestasse.   Ele, por sua vez, o emprestou a amigos a quem imaginou que seria útil. Todos queriam cópias, por isso ele decidiu imprimir. Fui  solicitada a escrever um prefácio, e dessa forma o pequeno livro foi impresso- o mesmo que tem feito tanto barulho e servido de pretexto para várias perseguições. Esse conselheiro era um de meus íntimos amigos em Cristo.
  O livro foi editado cinco vezes, e nosso Senhor o tem abençoado grandemente. aqueles virtuosos monges pagaram 1500 deles.
     Estava espantada comigo mesma. Não havia nada para o qual eu não estivesse apta ou no qual não fosse bem-sucedida. Os que observavam isso diziam que eu possuía   uma capacidade prodigiosa. Sou consciente de que possuía habilidades medíocres, mas em Deus meu espírito desfrutava uma qualidade que nunca possuíra.
     Experimentei um pouco da situação dos apóstolos, após terem recebido o Espírito Santo.
    Madame Guyon sentia uma união quase mística entre sua vontade e a vontade de Deus, vivendo o desejo de Jesus, de que seu povo fosse um com Ele  e com o Pai(João 17.21).  

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-ATAQUES DE SATANÁS(IX)

        Satanás não apenas levou Madame Guyon a enfrentar graves acidentes, mas às vezes lhe aparecia em visões assustadoras, sacudia sua cama por até quinze minutos ininterruptos e quebrava objetos em seu quarto. Ainda assim, ela calmamente seguia   em sua vida de oração e obediência. Apesar de um manuseio descuidado e às vezes deliberadamente negligente de seus papéis e descobertas nas mãos de outras pessoas, Deus, em uma série de espantosos feitos da providência, protegia-os e devolvia-os a ela.  

   

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-A ORDEM DE FÉ(X)

       Madame Guyon ficou presa por um total de dez anos, sendo então exilada. Ainda assim, recusava-se a deixar de conduzir os outros à maravilhosa salvação que tinha em Cristo. Deus algumas vezes honrou sua fé ordenava que a doença se fosse, o que muitas vezes trazia resultados instantâneos para os que correspondiam com fé.  
   Ela também foi curada  pela fé. Certa vez, quando estava violentamente enferma e se contorcia de dor, o padre La Combe foi visitá-la, achando que iria morrer.
    De repente, ela sentiu-se levada a erguer a mão e ordenar que a morte a abandonasse. Foi curada instantaneamente.


HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-UNGIDA PARA O MINISTÉRIO(XI)

       Algumas vezes, Madame Guyon abandonou-se completamente nas mãos de Deus,  recusando-se a fazer planos para si. Deus orientava, seus amigos em Cristo a dizer-lhe  o próximo  passo a tomar e proporcionar contatos e pregações a centenas de pessoas. Quando viúvas,  criadas, homens mundanos, padres, monges e até bispos vinham a ela, Deus dava-lhe o discernimento de suas necessidades e as palavras que devia falar.  
     Quando os que  vinham eram espiões, fingindo-se   fiéi, Deus revelava a Madame Guyon seus verdadeiros  propósitos e fechava-lhe a sua boca, de  forma que ela  não conseguia falar.
   Tão logo se retiravam, Deus lhe  abria a boca, e ela continuava a orar e a pregar aos outros.  

HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-ENSINANDO AS PESSOAS A ORAR(XII)

       Madame Guyon ensinou muitas pessoas, inclusive jovens mulheres, esposas trabalhadoras espancadas pelos maridos, a orar a Deus com o coração. Os padres e monges   ficavam  tão irados com ela que proibiam o povo de orar. Diziam que a oração era somente para o clero e que se recusariam a lhes perdoar os pecados, a menos que parassem de orar. Alguns monges fizeram campanha contra Madame Guyon, ordenando que seus livros sobre oração fossem  trazidos ao centro das cidades e queimados em público. Os cidadãos testemunhavam a transformação na vida das pessoas que oravam e rebelaram-se até que o bispo se posicionasse, dizendo que os monges haviam ido longe demais.
           Nesse ínterim, Deus enviou outros monges a Madame Guyon, e ela pôde conduzí-los a Cristo. Até mesmo autoridades superiores da mesma irmandade católica dos monges foram completamente transformadas. Um dos principais dentre eles, que era monge havia quarenta anos, disse que o  livro de Madame Guyon lhe havia ensinado a orar. Certa ocasião, ela listou entre seus mais recentes "filhos" em Cristo "um grande número de freiras, jovens virtuosas, homens mundanos, sacerdotes, monges, três párocos, um cônego e um vigário". Ela poderia ter acrescentado vários bispos e arcebispos.  


HERÓIS DA VIDA CRISTÃ-MADAME GUYON-UMA VIDA DE CONTENTAMENTO(XIII)

         Madame Guyon escreveu um poema chamado A litle bird I am (sou um passarinho), enquanto  estava  presa na masmorra da Bastilha. O poema expressa seu contentamento com a vida, independentemente da situação enfrentada. Nele, lemos:
                                           
 Sou um passarinho,
                                encarcerado e longe dos campos.
                                  E em minha gaiola me sento e canto
                                para aquele que aqui me colocou.
                                                Satisfeita em ser prisioneira
                                                     porque isso agrada ao meu Deus!
                                                                                                                           
                                             Como não tenho mais nada a fazer,
                                                 canto o dia inteiro.
                              E ele, a quem mais amo                                                                                   agradar,
                                                 ouve minha canção.
          Ele tomou e atou minhas asas esvoaçantes,
                 e ainda se curva para me ouvir cantar.
                                                                                                                                   
                                                Tens ouvido para ouvir, 
                      e um coração para amar e abençoar.
   E,  embora minhas notas fôssem sempre tão rudes,
                                   não lhes darias menos atenção.
        Porque, enquanto elas são proferidas, tu o sabes
                                               que é o mais doce e tenro amor que o inspira.
                                                                                                                                                               
                                           Minha gaiola se confina,
                                           e não posso voar para fora.
                                         Mas, ainda que minhas asas estejam fortemente atadas,
                                         meu coração está livre.
                                        Os muros de minha prisão não podem
                                        controlar o vôo, a liberdade da alma.
                                                                                                                                  
                




Oh, é bom pairar                                                                                   
                                        acima  dessas trancas   e grades,          
                     em direção a ele, cujo propósito adoro,
                                              cuja providencia amo,
                      e em tua poderosa vontade encontrar
                               a alegria e a liberdade da mente.
                                                                                                                                        
                Apesar de seus constantes sofrimentos e anos na prisão e de poucas vezes ter podido orar con os que compartilhavam sua doutrina e seu compromisso, Madame Guyon, ou  Jeanne Marie Bouvieres de La  Mothe,  tornou-se uma das maiores líderes cristãs de todos os tempos.
                       A história de sua vida, seus hinos e seus livros influenciaram milhares de pessoas ao longo de três séculos. 



O texto acima foi extraído do livro Heróis da Vida Cristã-a inspiradora trajetória de grandes nomes do cristianismo-Wesley Duewel-tradução James Monteiro dos Reis-Editora Vida-2004.